Na 6ª edição do levantamento “Retratos da Leitura no Brasil”, novos resultados que surpreenderam o país foram liberados, indicando que 53% dos entrevistados não haviam lido nem uma parte de alguma obra literária nos últimos 3 meses antes da pesquisa, sendo a primeira vez na história que a quantidade de não leitores supera a de leitores. Entenda o que pode ter ocasionado uma situação como essa e suas consequências para a sociedade brasileira.
-Quais são as supostas causas?
Feito pelo Instituto Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), esse levantamento ouviu 5.504 entrevistados durante visitas domiciliares em 208 municípios entre 30 de abril e 31 de julho de 2024, com um resultado abundante de indivíduos retratando que não leem com frequência, levando estudiosos a perguntarem-se a causa dessa abrupta reviravolta.
Dentre eles, é impossível descartar o fator econômico, visto que nos últimos anos o preço das obras literárias vem aumentando gradativamente, especialmente quando refere-se a livrarias, onde o valor pode variar entre R$50,00 a R$100,00 para cada livro, uma realidade anormal considerando como era no passado e a situação econômica da maior parte da população brasileira.
Além disso, o desincentivo à leitura aplicado em diversas ocasiões definitivamente influencia nesse impasse, principalmente em situações que essa prática é feita por familiares, pessoas próximas ou até mesmo em escolas, novamente atingindo majoritariamente a classe mais baixa da população, que muitas vezes possui condições precárias de educação e não tem tempo devido ao trabalho.
Por último, pode-se citar a despopularização das bibliotecas que ocorreu com a difusão da internet e da tecnologia, que proporcionou à população a vantagem de conseguir acessar qualquer informação sem ter que sair de sua casa, tornando-as cada vez menos visitadas e conhecidas pela nova geração, o que agrava a tendência de crescimento da porcentagem de não leitores.
-Quais são as consequências dessa queda?
A leitura é uma chave para um mundo repleto de conhecimentos, tornando inevitável que, nas escolas, seja obrigatório o hábito de ler. Mas, há alguns anos, países exemplo de educação -como a Finlândia- adotaram fontes tecnológicas como material didático, influenciando ainda mais esse vício compulsório nas telas que o mundo todo se encontra ultimamente, que já foi comprovado ser prejudicial para a saúde física, mental e desenvolvimento do ser humano, obrigando essas instituições de ensino a retomarem os antigos métodos, voltando a obter um resultado exemplar.
Portanto, essa queda da quantidade de leitores no Brasil influencia diretamente no desenvolvimento intelectual da população, sendo capaz de piorar a educação ao não influenciar os indivíduos aos hábitos de leitura. Também, ela ajuda a estimular o senso crítico das pessoas, desenvolvendo uma barreira para a alienação que os frutos da tecnologia proporcionam.
Com isso, é visto que a prática da leitura deve ser mantida na sociedade, e medidas devem ser tomadas com o intuito de aumentar a porcentagem discutida, para que as pessoas possam desfrutar de uma evolução intelectual e do próprio prazer que os livros proporcionam.