The Smiths, TV Girl, Jeff Buckley, Elliott Smith, e muitas outras bandas e artistas. Todos foram de alguma forma menosprezados ou não reconhecidos como deveriam no tempo que lançaram o que hoje são seus maiores hits. Apesar de haver um certo reconhecimento desses artistas, tudo ficou no “subterrâneo” da música — as canções não populares — e se, no tempo deles, houve uma ascensão foi por meio de outros artistas alternativos mais bem sucedidos.
Ainda assim, como houve essa subida na popularidade dos artistas? Está claro, até para os novos cantores, que a Internet é o principal fator que possibilitou a descoberta e redescoberta de tantos nomes na música. Por meio do YouTube, covers e canções de pequenos artistas denominados “indie” chegaram ao povo — agora está ainda mais fácil chegar aos ouvidos de mais pessoas com os novos streamings, como o Spotify.
Com o TikTok, aplicativo originalmente somente de música, o estilo indie e seus principais hits subiram rapidamente ao “mainstream” e talvez o próprio entendimento de música popular sofreu uma transformação. Artistas pop, como Taylor Swift, também optaram por uma estética não convencional ao estilo — no caso dela, o álbum Folklore sintetiza bem essa mudança.
O porquê da ascensão do “underground” não é muito claro. Talvez somente os menores artistas (mais frustrados) conseguem expressar bem os sentimentos reprimidos e confusos da geração da internet. Outro fator que parece explicar esse fenômeno é uma busca pela exclusividade e por ser diferente: procurar outras músicas, filmes, e estilos para se desvencilhar do “padrão” (que não deixou de existir, claro).
Veja como o cenário alternativo se popularizando cria um ambiente mais favorável para os artistas que vêm. O pensamento é: se alguém já tão “batido” como a Taylor já abriu a música indie para as massas, é preciso procurar obras ainda mais desconhecidas. Se todo mundo já entendeu os sentimentos que Coldplay tenta expressar, talvez Radiohead tenha algo de diferente para mim. Se Radiohead já foi explorado demais, Pixies e Deftones podem ter a diferença que eu procuro.
Acredito que Laufey e Boygenius, por exemplo, não chegariam ao Grammy se não houvesse essa constante procura pelo desconhecido e pelo novo na arte — ou, foco desse texto, na música.