O Sucesso Dos Personagens Transtornados Nos Cinemas

O cinema sempre busca inovar as telas com novos personagens, novas tramas, novas histórias; mas existem aquelas únicas, icônicas, que perduram até os dias de hoje como clássicos.

E alguns dos personagens mais marcantes do cinema têm algum tipo de transtorno mental como traço de sua personalidade – o que os torna ainda mais singulares e queridos pelos telespectadores.

Predominantemente, essa estratégia de usar a insanidade para compor o personagem é utilizada nos filmes de heróis, mas não é exclusiva deles.

Temos os clássicos como o Coringa, irrefutavelmente o mais conhecido, com transtornos que variam pelas interpretações, o mais visível é seu transtorno de personalidade

antissocial – que se caracteriza por um padrão de comportamento indiferente, que viola o direito alheio sem remorsos – e o transtorno psicótico, no qual ele apresenta seus delírios e alucinações em um rompimento com a realidade.

Outro exemplo clássico é a Arlequina que, em oposto ao Coringa, apresenta o Transtorno de Personalidade Borderline – humor e relacionamentos instáveis, dependentes e viscerais.

Cada uma dessas questões mentais ajudam a compor a individualidade do personagem, com minuciosos detalhes que trazem realidade e veracidade para as telas.

Frequentemente, personagens com transtornos são retratados como vilões, devido ao estigma da “loucura nociva”. Mas na realidade, um transtorno não é, nem mesmo naqueles com fama de psicóticos, uma associação direta com personalidades de essência ruim; e estes vem sendo representados cada vez mais por

personalidades anti-heróicas ou ambíguas, assemelham-do a realidade de qualquer um.

A exemplo, o mesmo transtorno que marca a personalidade dos vilões clássicos da DC, é o mesmo de um dos seus heróis mais marcantes, o Batman, com o mesmo transtorno dos vilões citados. O Batman traz uma abordagem diferente do Transtorno de Personalidade Antissocial, que apesar da falta de remorso em lidar com violência brutal e criminalidade, isso não o deixa encaixar-se no modelo de vilão. Ele também evidencia o TEPT – o Transtorno do Estresse Pós-traumático – que se manifesta por flashbacks e pesadelos, e é o grande motivo da sua busca incansável pela justiça.

E um último exemplo, que foge do mundo dos super-heróis, é Nina Sayers do longa metragem “Cisne Negro”. A personagem principal interpretada por Natalie Portman, dentre algumas questões mentais, evidencia uma Transtorno Psicótico, sofrendo de alucinações visuais e auditivas, bem como delírios de

perseguição e transformação. Ela acredita que está sendo perseguida por uma rival e que está se transformando fisicamente no cisne negro, o que demonstra uma desconexão significativa com a realidade.

Sendo assim, marcas de personalidades são forjadas na área da psiquiatria, que traz originalidade e vivacidade ao cinema com personagens únicos e de grande sucesso.

Por:​
Júlia César

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